Ataque russo faz sete mortos na região de Odessa
Desde esta quinta-feira a Rússia lançou 160 drones contra a Ucrânia, atingindo 23 regiões e provocando falta de energia em Odessa. A cidade esteve sem energia durante três dias esta semana, como resultado de ataques russos.
O governador de Odessa, sul da Ucrânia, informou hoje que um ataque russo com um míssil balístico matou sete pessoas e feriu 15 na cidade da costa do Mar Negro.
Antes, as autoridades ucranianas indicaram que a Rússia lançou desde quinta-feira contra o país 160 `drones` de longo alcance, atingindo 23 regiões do país e provocando falta de energia em Odessa.
O chefe da administração militar de Odesssa, Sergi Lisak, afirmou na rede social Telegram que um bairro da cidade ficou sem eletricidade, água canalizada e aquecimento como resultado do mais recente ataque russo.
Odessa sofreu repetidos bombardeamentos russos nos últimos dias, alguns dos quais visaram infraestruturas energéticas.
A cidade esteve sem energia durante três dias esta semana, como resultado destes ataques russos.
Desde o início do outono que a Rússia tem vindo a realizar uma campanha de bombardeamentos contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia, destruindo uma parte significativa da capacidade de geração de eletricidade e da produção e armazenamento de gás no país.
Os cortes de energia ocorrem agora várias horas por dia em todas as regiões da Ucrânia, uma medida adotada pelas autoridades para fazer face à escassez de geração provocada pelos bombardeamentos russos.
Os ataques têm lugar na véspera de uma reunião em que deverá participar na Florida ao lado dos enviados da Casa Branca, Steve Witkoff e Jared Kushner, com Kirill Dmitriev, conselheiro do Presidente russo, Vladimir Putin, do lado de Moscovo, para analisar a mais recente versão de um plano proposto por Washington.
A nova ronda de conversações foi também confirmada na quinta-feira pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, indicou entretanto que dois altos responsáveis militares ucranianos iniciam já hoje nos Estados Unidos contactos com os mediadores norte-americanos e representantes europeus, que deverão ser provenientes da Alemanha, França e Reino Unido.
Delegações ucranianas, europeias e norte-americanas já se reuniram no domingo e na segunda-feira passada em Berlim, com o propósito de alinhar uma proposta que seria posteriormente transmitida a Moscovo pelos emissários de Washington.
A nova ronda de negociações em solo norte-americano é iniciada no mesmo dia em que o Presidente russo, Vladimir Putin, negou ter rejeitado o plano de paz para a Ucrânia, observando que "a bola" estava agora do lado de Kiev e dos europeus.
"A bola encontra-se totalmente do lado dos nossos adversários ocidentais, principalmente do chefe do regime de Kiev e dos seus patrocinadores europeus", disse o líder russo.
A proposta dos Estados Unidos passou por várias versões, sendo que inicialmente foi acusada de corresponder às principais exigências do Kremlin, incluindo a cedência das regiões parcialmente ocupadas pela Rússia na Ucrânia, que teria também de abdicar da sua integração na NATO e dos seus planos de contingente militar.
Os detalhes do novo acordo entretanto revisto por Kiev não são conhecidos, mas, segundo Zelensky, envolve concessões territoriais da Ucrânia em troca de garantias de segurança ocidentais.
As negociações ocorrem numa fase de intensificação dos ataques russos nas frentes de batalha na Ucrânia, onde controlam agora cerca de 20% do território.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.